Quem ama fica no corpo do outro e sobrevive não somente pelo filho
mas também pelo espírito.O monge encarna esse amor cujo ciúme engendrou inquisição medieval. Quem ama passa tudo o que sabe ao objeto amado:amor é flor natural nata, batido o coração pelo martelo das bruxas. O amor guarda em si mesmo a vida daquele que já morreu em cova rasa cardíaca.Ouço a voz do amor no fio do arroio em voz de menino e menina chamando.
domingo, 15 de novembro de 2009
OS TRÊS CAVAELIROS AZUIS
Os três cavaleiros azuis /
Os três cavaleiros azuis rabiscam o horizonte / os três cavaleiros azuis /
Os três cavaleiros azuis / passam pelo caminho dentro das ervas / pelo portal do azul que abre a vereda para a flor / e constrói a ponte pênsil que liga a estrada para as ervas ao azul pavimentado no céu / Os três cavaleiros azuis /
São três poetas de versos e vida / três filósofos cínicos e aristotélicos / ( filósofos versados em escolas de filosofia maiores e menores ) três monges a cavaleiro do Monte Carmelo / os três cavaleiros azuis / Sentam na ravina e discutem a tundra / peregrinam pelos cerrados discorrendo sobre o bioma da floresta tropical / os três cavaleiros azuis /
São três sábios andarilhos / três eruditos palmilhando os caminhos / três artistas colhendo a beleza vermelha da melodia vegetal na serenidade da solidão / Os três cavaleiros azuis /
São três cavaleiros azuis a galope : / Dom Quixote de La Mancha arrostando a fúria imaginária dos moinhos de ventos / o terrível Cavaleiro Negro do Apocalipse / e um cavaleiro forjado na armadura da minha solidão / - um cavaleiro perdido pelos ermos dos meus desertos intimistas / onde se vaga até vislumbrar na miragem ao longe / os cavaleiros da morte reunidos em Brueguel e Salvador Dali / Os três cavaleiros azuis / Para onde vão pelas transcendências escarpadas abertas em Grand Canyon pelo luar / de onde vêem imersos da treva ainda quente do motor da noite / e o que são de fato fora do ato onírico / os três cavaleiros azuis ?! /
Os três cavaleiros azuis / vêem de longa travessia sobre um deserto de areias azuis / com dunas e tempestades à porta das estrelas e galáxias espiraladas / utilizando-se como ponte as patas do cavalo ora trotando ora galopando / bem como os raios e as copas das árvores mais altaneiras / como caminho de descida ao solo / através das frinchas de sol abertas nas ervas sem chapéu / que levam ao caminho secreto do castelo com armadura protetora de heras / que é um dos refúgios e fortalezas dos cavaleiros / cuja estrada é vincada pelos relâmpagos que sulcam os céus / por onde os cavaleiros azuis vão e vem a caminho do mundo e da evasão do mundo / Os três cavaleiros azuis /
Dos três cavaleiros azuis / um é um cavaleiro sem cabeça / pereceu na gloriosa batalha da vida / mas continua cavaleiro azul embora cavaleiro sem cabeça / Outro cavaleiro perdeu o elmo numa justa brutal / e o terceiro busca a energia renovada do meu coração de leão / que busca o beijo de Panaceia na literatura médica dos vegetais / cuja sagrada escritura está grafada em folhas tonalizadas com o signo de um verde vital / Os três cavaleiros azuis /
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