A vida é a travessia no claro
no branco do dia
com a alma alva de sol a sal
dentro da casa branca
do tabuleiro do enxadrista
em lusco-fusco
de preto-e-branco
a bailar com a bailarina dos olhos
em rodopio de treva e luz
para parar-pousar na grafia
em pergaminho ou papiro
com iluminuras e símbolos
torcidos e retorcendo-se em signos
para a escritura sagrada
do livro dos mortos
e do livro dos vivos
em perene "recidiva"
( O livro dos mortos
ilumina a tradição
de uma poesia em olhar xadrez
com odes luciferinas em Paul Gauguin
- nas impressões "impressionistas" de Paul Gauguin
na poesia do amor da muher taitiana
ao amar o mar
de mar a mar
- no sexo de afogadilho )
Travessia pelo clarão de luar
em claro de lua
sob vela-padrão
no céu de cefeida ( vide variantes cefeidas )
com pé na erva daninha
corpo no metabolismo
cabeça no solidéu
olho na ponta da pomba
que a luz delineia a forma
com a sombra
que circunda
o escuro
afogado no corpo
- aquático
( O corpo :
um patético
peripatético ser
quase-pato
a aquaplanar :
Pato branco
pato preto
é o conteúdo
delimitado na forma
desenhada do corpo
exposto à luz e à sombra
- suas escultoras
pintoras... do pacto em pato
que somos no âmago
no plano piloto da geometria
e na engenharia da matéria
química, física
movida pelo engenheiro eléctrico
que faz engenharia eléctrica
dentro de nós
- à sombra... : do livro dos mortos
que espera a poesia da vida
do outro lado do sol
morto afogado no horizonte,
ó intenso Gauguim! :
Paul Gaugim em Tahiti
- Taiti! )
Apagada a vela
desmancha-se o caminho
e a mancha negra
vela o corpo
que retorna
à casa escura
velada
Xadrez
da morte
e vida
na vela
que vela
e desvela
o ser
no jogo de xadrez
que tece os olhos
e a visão em treva e luz
( O xadrez
no jogo de luz e treva
da casa branca
versus a casa preta
esculpe a forma
e o conteúdo
do órix
- órix-cimitarra
( "Oryx dammah" )
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