sexta-feira, 13 de novembro de 2009

TEIA DE MEL

Eu vi uma abelha / com a asa rota / perdida da rota da colmeia / sem rota enxameação / ilhada milhas de arquipélagos Robinson Crusoe da rota enxameada / sem rumo ou prumo / sem sumo númen / nem rota para a luz ou o mel / nem mapa tracejado na língua do mel / sem fio de mel que a ligasse à colmeia / favos metidos no desenho dos hexágonos / onde a vida move a pupa branca / que irá ter à barra da alva / no espaço remanescente da alba em flor de laranjeira que cheira / na beira da eira da flor de laranjeira brejeira /
Abelha solitária / em breve vida de monja eremita / sem ermida, comida, agasalho, sobretudo / nem abrigo na intempérie / ou companhia de abelhas enxameadas / menos toda abelha algébrica / na solidão mortal do descampado / da clareira que a luz artificial rasga / com a foice da lâmpada de Edison / chiando imperceptivelmente nas trevas / - trevas que chiam mais baixo ainda / no contraponto de Edison na lâmpada / agora já um número algébrico com o sinal de menos antecedendo-o / iniciando o nada teórico e prático da abelha algébrica / onde há "a" positivo e o "-a" negativo / universo aberto para o número que pode ser 1 ou -1, respectivamente positivos e negativos / e também 2 positivo e -2 negativo até infinito matemático : 3, -3, 4, -4, 5, -5... / - infinito mental que atravessa o cosmos num átimo de pensamento / na lógicas formal da álgebra / que desvela todo o abstrato /

Vi uma abelha / que perdera o sol / o prumo do sol / o rumo solar / e estava com a asa avariada / rota asa sem rota / procurando uma réstia de luz sob a lâmpada /

Perdera-se do sol / na rota rota da noite rota / e não achara uma cefeida / cintilando ao abandono da alma negra da noite / que descia de pára-quedas / sob luz de alma clorofilada / a bruxulear na secante da borrasca / trovejando e relampejando em tangente / enquanto convoca lobos selvagens / feras com dentes brancos rutilando no raiar amarelo do raio / a que se seguia o espocar do trovão / num tiro de longo estrondo / rasgando o véu surdo da noite / a veste nigérrima da viúva / a gargalhada crudelíssima da bruxa / cuja face oculta sob o capuz / ocultava um esgar de árvore com galhos tortuosos / como que se dançassem sob o balé dos relâmpagos / a riscar a treva extensa da noite tempestuosa / soltos todos os diabos no vento /

Uma abelha no chão / girando em vão / em busca de sol / girando em ritmo de girassol / tal qual fosse um nariz / detectando o gosto da chuva / que é um mixórdia de odores / impregnando ventos, poeira, água, vapor... /
Leitura Espiritual
Uma abelha monja eremita carmelita / nas pegadas do caminho / que leva ao odor verde / (O olor verde é caminho de abelhas / No fim desse caminho mora o violinista verde / eterno enamorado da clorofila / e a Vênus de mel / mãe da abelha-mestra e operária / mãe de rainhas e súditos / sob ou sobre a terra / na terra deitada em pó no chão / na Terra espargida em montanhas / vales verdes com faces barbudas de ervas e boninas mui femininas / e leões e peixes e baleias azuis e pelicanos brancos / que tudo isso é terra / junto a flores e casas de marimbondos / água benta de chuva / carregando mariposas / que são térmitas cujas asas em longo curso de vôo de aeroplano / trazem Moisés e os outros anfíbios / os quais mensuram até onde vai a vida / na terra molhada por todas essas vidas nas águas das chuvas / que chamam todos os insetos e anfíbios / no batismo e na bênção das águas / - águas de chuva que moldam almas nos corpos de ninfa e pupa /

Era uma abelha isolada, insulada / nua socialmente / longe da colmeia / em solidão imprópria à natureza da abelha / - uma presa fácil aos predadores / que a vão rondando e fechando o anel da morte em torno / da abelha acuada no escuro da alma / na região mais obscura da alma velada / lambida por raios velozes / que lembravam o mel / - mel fabricado no céu / sorvido no azul celeste e floral / da humílima erva de flor azul /
Queencell 0017.JPG
Longe da colmeia / rota a asa sem rota pelo espectro solar / a abelha se debate em vão / enquanto a teia da vida / a teia de mel de sua vida é cortada / e pouco e pouco a teia da morte é tecida / pela aranha tecedeira de mortalha / que guarda um anjo com face de Narciso afogado no mel /
Bees Collecting Pollen 2004-08-14.jpg
( A abelha sem colmeia / é o homem sem natureza / o ser humano contextualizado apenas dentro da cultura e civilização / mas fora o anjo natural posto pela abelha na matéria do mel do tonel / - o homem infeliz cuja cobiça fez perder os insetos / até à última mariposa infinita não matemática / que veio de piloto na noite cheia de gotas de chuvas / do âmago da alma escura da noite sem vela padrão / sem variantes cefeidas / nem estrela de natal que a guiasse / trazendo o Moisés bíblico e os demais anfíbios / e as formigas que suscitam o planador nas asas / num vôo perigoso como o das térmitas / pilotos cujas rotas são rotas desde antes da rota preestabelecida / - rota corrigida somente com asas dentro do olho da tempestade que bate água nas diáfanas asas translúcidas ) /

Eu vi a abelha perdida! / Vi a abelha perdida porque - eu sou a abelha perdida! / - Sou a abelha perdida que viu um homem perdido / olhando-me comiserado pelos olhos da abelha / ( Eu estava na abelha que olhava para mim / quase a pedir socorro / - olhares cruzados de seres perdidos / - a abelha estava em mim / perdida no novelo da noite ) /

O homem que vi na escorrer nos olhos da abelha que me olhava / - esse homem era eu! / assustado, perdido, solitário / monge numa noite dolorosa e fatal / uma noite que me matava em gotas através do veneno de trevas / lua e pedra no altar entrelaçadas /

A abelha com a alma toldada em pedra e lua / maculada pela alma negra da noite / a abelha perdida que me vi com olhos de homem perdido / - homem cuja alma ia sendo apagada / estrela por estrela - da manha à estrela Vésper / pela peste negra grassando em silêncio de grama na calada da noite / que me invadia chiando / como os bichos nas trevas chiam / e ninguém pode ver /
A abelha que vi era eu - o homem / dentro dos olhos desesperados da abelha / e o homem que a abelha viu era ela - a abelha! / dentro dos olhos do homem! / mirando o riacho que esculpe a face aquática de Narciso / peixe afogado na vanidade /

Ambos nos víamos nos espelhos do Narciso que somos / Narciso que desenha espectros retorcidos ou belos / na lâmina da água aonde vai se mirar , ó rio! / Oh! torrente de longo canto! /
BnotYaakovBridge.JPG
RIO JORDÃO, RIO JORDÃO , RIO JORDÃO

REFERÊNCIAS: GOOGLE, WIKIPEDIA, YOUTUBE, WIKIPEDIA, GOOGLE, WIKIPEDIA, TORRENTE DO RIO JORDÃO, WIKIPEDIA, TORRENTE DO RIO JORDÃO, WIKIPEDIA, CANTO, NARCISO, LÂMINA, CANTO NARCISO, LÂMINA, RETORCIDO, WIKIPEDIA, RETORCIDO, FACE AQUÁTICA DE NARCISO, FACE AQUÁTICA DE NARCISO, BELO, BELO , WIKIPEDIA, ESTRELA VÉSPER, GRAMA, BICHO, ESTRELA, VÉSPER, BICHO, GRAMA, WIKIPEDIA, SOCORRO, CRUZADOS, ABELHA, SOCORRO, CRUZADOS, ABELHA , WIKIPEDIA, MACULADA, ALMA, NEGRA, NOITE, MACULADA,ALMA, NEGRA, NOITE, WIKIPEDIA, PERDIDO, PEDRA, LUA, TREVA,PERDIO, PEDRA, LUA, TREVA WIKIPEDIA, VANIDADE, VANIDAD, WIKIPEDIA, VANIDADE, VANIDAD, LUNA, LUNA, RIACHO , PEIXE AFOGADO, RIACHO, PEIXE AFOGADO, WIKIPEDIA, ANJO NO MEL, ANGEL, ANJO NO MEL, ANGEL, WIKIPEDIA, ENTRELAÇADAS, DOLOROSA, FATAL, MONGE, MONGE, DOLOROSA, FATAL ALTAR, ENTRELAÇADAS, WIKIPEDIA, PESTE NEGRA, GRASSANDO, PESTE NEGRA, GRASSANDO, WIKIPEDIA, RITMO DE GIRASSOL, GOSTO DE CHUVA, RITMO DE GIRASSOL, GSOTO DE CHUVA , WIKIPEDIA, DIÁFANAS, TRNASLÚCIDAS, ROTA, DIÁFANA, TRANSLÚCIDAS, ROTA, WIKIPEDIA, TÉRMTAS, PILOTO, MOISÉS, TÉRMITAS, PILOTO, MOISÉS, WIKIPEDIA, ANFÍBIOS, VÔO, CIVILIZAÇÃO, CULTURA, ANFÍBIOS, VÔO, CULTURA, CIVILIZAÇÃO, WIKIPEDIA, CIVILIZACIÓN, CIVILIAZCIÓN, WIKIPEDIA, CEFEIDAS, VELAS PADRÃO, WIKIPEDIA, CEFEIDAS, VELAS PADRÃO, WIKIPEDIA, PLANADOR, AEROPLANO, WIKIPEDIA, PLANADOR, AEROPLANO, WIKIPEDIA, MEL, TONEL, INFINITA, INFINITOMATEMÁTICO, MEL, TONEL, INFINITA, INFINITO MATEMÁTICO, WIKIPEDIA, CHUVAS, INSETOS, MEL, COLMEIA, CHUVAS, INSETOS, MEL , COLMEIA , WIKIPEDIA, COBIÇA, CONTEXTUALIZADO, MEL, CONTEXTUALIZADO, COBIÇA, MEL, WIKIPEDIA, ARANHA TECEDEIRA DE MORTALHA, ARANHA TECEDEIRA DE MORTALHA, WIKIPEDIA, VENENO, NOVELO, COMISERADO, VENENO, NOVELO, COMISERADO, WIKIPEDIA, ERMIDA, ENXAMEADAS, ERMIDAS, ENXAMEADAS, WIKIPEDIA, ESPECTRO SOLAR, WIKIPEDIA, ESPECTRO SOLAR, WIKIPEDIA, TEIA DA VIDA, WIKIPEDIA, TEIA DA VIDA, WIKIPEDIA, MARIOSA, ASAS, FLORAL, WIKIPEDIA, MARIPOSA, ASAS, FLORAL, WIKIPEDIA, INSULADA, PREDADORES, FLOR AZUL, INSULADA, PREDADORES, FLOR AZUL , WIKIPEDIA, VELADA, VELOZES, OBSCURA, REGIÃO, VELADA, VELOZES, OBSCURA, REGIÃO, WIKIPEDIA, NINFA, PUPA,BALEIA AZUL, LEÕES, NINFA, PUPA, BALEIA AZUL LEÕES, WIKIPEDIA, MENSURAM, MARIMBONDOS, PELICANOS, MENSURAM, MARIMBONDOS, PELICANOS, WIKIPEDIA, VÊNUS, CLOROFILA, VIOLINISTA VERDE, VÊNUS, CLOROFLA, VIOLINISTA VERDE, WIKIPEDIA, MONJA CRMELITA EREMITA, MONJA CARMELITA EREMITA, WIKIPEDIA, OLOR, ODOR, VIDA, OLOR, ODOR, VIDA, WIKIPEDIA, TERRA, ERVAS,BONINAS FEMININAS , TERRA, ERVAS, BONINAS FEMININAS, WIKIPEDIA, MONTANHAS, RAINHAS, SÚDITOS, MONTANHAS, RAINHAS, SÚDITOS, WKIPEDIA, NARIZ, MIXÓRDIA, GOSTO, NARIZ, MIXÓRDIA, GOSTO, WIKIPEDIA, LOBOS, BRUXAS, DIABOS, LOBOS, BRUXAS, DIABOS, WIKIPEDIA, RAIOS, RELÂMPAGOS, TROVÕES, RAIOS, RELÂMPAGOS, TROVÔES, WIKIPEDIA, ESPOCAR, ESPOCAR, WIKIPEDIA, ÂMAGO, DENTES, CAPUZ, ÂMAGO, DENTES, CAPUZ, WIKIPEDIA, BRUXULEAR, ESGAR, VIÚVA, WIKIPEDIA, BRUXULAER, ESGAR, VIÚVA, WIKIPEDIA, TANGENTE, SEACANTE, BORRASCA, TEMPESTADE, TANGENTE, SECANTE, BORRASCA, TEMPESTADE, WIKIPEDIA, ÁLGEBRA, INFINITO MENTAL, WIKIPEDIA, ÁLGEBRA, INIFINITO MENTAL , WIKIPEDIA, PRUMO, RUMO, RÉSTIA, LUZ PRUMO, RUMO, LUZ, RÉSTIA, WIKIPEDIA, LÂMPADA, EDISON, BIOGRAFIA, LÂMPADA, EDISON,BIOGRAFIA, WIKIPEDIA, CINTILANDO, RUTILANDO, GLAHOS, TORTUOSOS, CINTILANDO, RUTILANDO, FALHOS, TORTUOSOS, WIKIPEDIA, ALGÉBRICO, ÁLGEBRA, ALGÉBRICA, ALGÉBRICO, ÁLGEBRA, ALGÉBRICO, WIKIPEDIA, ABSTRATO, DESVELA, SOBRETUDO, ABSTRATO, DESVELA, SOBRETUDO, WIKIPEDIA, NÚMEN, ROBINSON CRUSOE, NÚMEN, ROBINSON CRUSOE, TEÓRICO, PRÁTICO, WIKIPEDIA, TEÓRICO, PRÁTICO, WIKIPEDIA, CONTRAPONTO, ÁTIMO, CONTRAPONTO, ÁTIMO, WIKIPEDIA, HEXÁGONO, FAVOS, HEXÁGONOS, FAVOS, WIKIPEDIA, MAPA, ALBA, ALVA, FLOR DE LARANJERIA, MAPA, ALBA, ALVA, FLOR DE LARANJEIRA, WIKIPEDIA,

RIO JORDÃO, RIO JORDÃO
AFRESCO SOBRE O BATISMO NO RIO JORDÃO - AFRESCO SOBRE BATISNMO NO RIO JORDÃO

Nenhum comentário:

Postar um comentário